O advogado do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, um dos acusados de integrar o núcleo crucial da ação que investiga suposta tentativa de golpe, negou atraso em dados sobre urnas
O advogado Andrew Farias, que defende o general Paulo Sérgio Nogueira na ação penal 2668, no Supremo Tribunal Federal (STF), negou que o ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro tenha atuado para tentar adiar a entrega de um relatório encomendado pelo governo sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas nas eleições de 2022.
Segundo ele, o general apenas “comandou” o projeto, que tinha várias etapas e foi elaborado por técnicos. “Ele gosta de guerra na selva, não entende nada de TI”, destacou a defesa, ao dizer que não houve nenhum tipo de postergação por parte do general.
Andrew Farias reforçou ainda que Paulo Sérgio Nogueira, que no primeiro dia de julgamento veio até a 1ª Turma do STF para acompanhar a sessão, atento e de semblante fechado durante todo o dia, afirmou ainda que o general tentou demover Jair Bolsonaro de qualquer ideia de contestação do resultado das urnas em 2022, uma das acusações de uma suposta tentativa de golpe de Estado, pelo qual são acusados o ex-presidente e sete aliados.
“O general Paulo Sérgio tentou fazer com que o governo desmobilizasse as pessoas, para as pessoas saírem de lá [manifestações em frente ao Quartel-General]. Estava tentando convencer o presidente a não cair, nesses assessoramentos de grupos radicais”, argumentou o advogado.
Segundo a defesa, o general temia que autoridades do alto escalão militar aderissem às manifestações públicas contra as eleições e, por isso, convocou uma reunião para evitá-las.”O receio do general Paulo Sérgio [era] com alguma liderança militar, levantasse o braço e rompesse”, disse.
O advogado também defendeu que o general não fazia parte de uma organização criminosa, além de tentar desvincular qualquer participação efetiva em atos que supostamente embasariam uma tentativa de golpe de Estado, e que culminaram com as manifestações de 8 de janeiro de 2023.
Julgamento de Bolsonaro: defesa de Nogueira arranca risadas ao falar da sogr
Ao tentar descontrair o ambiente, o advogado citou poetas e grandes nomes do direito, como o ministro aposentado da Corte, Ayres Britto, ao fazer referência a um movimento de ginástica rítmica para questionar decisão judicial.
Andrew Fernandes também arrancou risadas do plenário ao citar a sogra, em plena sustentação oral. Depois do ministro Flávio Dino brincar com a citação, o relator da ação penal, Alexandre de Moraes questionou se o advogado lembrou da sogra “por causa do punhal”, em referência ao plano intitulado Punhal Verde Amarelo. Para terminar, Dino ainda mandou um recado a Andrew Farias, dizendo que era bom atender ao telefone. “Pode ser sua sogra”, disse o ministro.
Fonte ==> NDMais