veja o que está em jogo

eleições internas do PT

O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza o primeiro turno do Processo de Eleição Direta para presidente da sigla neste domingo

Gleisi Hoffmann deixa oficialmente o cargo de presidente nacional do Partido dos Trabalhadores após eleições internas do PT – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Neste domingo (6), os filiados ao Partido dos Trabalhadores vão escolher o novo presidente da sigla em eleições internas do PT. No primeiro turno, quatro candidatos estão no páreo: Edinho Silva, Romênio Pereira, Rui Falcão e Valter Pomar.

Além da presidência, o PT renova as direções zonais, municipais, estaduais, nacional e os respectivos presidentes, membros dos Conselhos Fiscais e das Comissões de Ética e Disciplina e os delegados. Somente o Diretório Nacional do PT terá 90 vagas em disputa, além da Presidência, Presidência de Honra e dos Líderes da Bancada na Câmara e no Senado.

Dependendo do cargo e da localidade da vaga, há previsão de cotas para mulheres, para jovens, para negros e para indígenas. As direções partidárias, delegações e cargos com função específica de secretarias, por exemplo, deverão ter paridade de gênero, ou seja, 50% de funcionárias mulheres e 50% de homens. Na composição final dos diretórios e das executivas, 20% dos integrantes devem ter nascido a partir de 1º de janeiro de 1996. Além disso, os diretórios e executivas também precisam reservar 20% de suas vagas a negros e indígenas.

Em 2017, Gleisi Hoffmann (PR) assumiu a cadeira ao derrotar o então senador Lindbergh Farias (SP) nas internas do partido. À época, a ex-presidente Dilma Rousseff havia sofrido impeachment e o seu sucessor, Michel Temer (MDB), estava prestes a conseguir a aprovação da reforma trabalhista no Congresso Nacional. O processo da Lava Jato ainda corria na Justiça e Gleisi era ré, acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Desde então, a Lava Jato foi descredibilizada e teve suas condenações anuladas, inclusive do atual presidente Lula, que chegou a ficar preso em Curitiba. Sob a gestão de Gleisi Hoffmann, o Partido dos Trabalhadores voltou a ocupar o Planalto e não planeja sair tão cedo. Qualquer candidato que ganhe as eleições internas do PT, deverá ter como desafio viabilizar a candidatura da reeleição de Lula ou buscar unidade com outro nome para disputar a presidência da República em 2026.

eleições internas do PTPresidente Lula e Gleisi Hoffmann, eleita presidente nacional em 2017 após eleições internas do PT. – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Candidatos nas eleições internas do PT

Desde março, Gleisi Hoffmann está afastada da presidência por assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo. Em seu lugar, o senador Humberto Costa (PE) exerce a função interinamente até o dia 15 de setembro de 2025 ou até a posse das novas direções, prevalecendo o que ocorrer primeiro.

O nome mais forte nos bastidores é o do ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva (SP). Indicado de Lula, Edinho Silva tem experiência na gestão pública e é atuante dentro do partido. Além de quatro mandatos na prefeitura de Araraquara, Edinho também foi eleito presidente do PT em SP, tendo sido reeleito em 2009 com mais de 90% dos votos dos filiados.

Edinho Silva é favorito nas eleições internas do PT – Foto: Valter Campanato/Agência BrasilEdinho Silva é favorito nas eleições internas do PT – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Além disso, foi deputado estadual por São Paulo de 2011 a 2015, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e coordenou a campanha presidencial de Lula em 2022. Essa proximidade com o presidente Lula, que é o nome defendido pelos candidatos ao comando da sigla, confere o favoritismo à Edinho.

No entanto, a dificuldade do PT em dialogar com as classes trabalhadoras é motivo de desconfiança sobre a manutenção da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), alinhada ao pragmatismo político do lulismo. O principal adversário de Edinho nas eleições internas do PT é o deputado federal Rui Falcão (SP), que já ocupou o cargo em outras três ocasiões.

eleições internas do PTDep. Rui Costa é figura história do partido e disputa as eleições internas do PT – Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

De acordo com entrevista do deputado ao programa Café PT, no canal do partido no Youtube, a sua candidatura nas eleições internas do PT busca reafirmar os valores sociais de identidade da sigla. Segundo Falcão, é preciso deixar de fazer acordos e passar ao enfrentamento contra a extrema direita para conquistar o espaço na base eleitoral.

Um dos exemplos de que os acordos feitos com a atual composição do Congresso Nacional não ocorrem da forma como o governo gostaria foi a derrubada do aumento do IOF. Apesar das mudanças da capacidade de governabilidade do Executivo com a imposição das emendas parlamentares, Rui Falcão indica que, se ganhas as eleições internas do PT, o partido irá retomar uma postura menos flexível contra a oposição.

Esse pensamento também é compartilhado por Valter Pomar, que afirma publicamente ser contra a manutenção do modelo de governança atual representado pelo candidato Edinho Silva. Considerado o mais à esquerda entre os nomes em votação neste domingo, o historiador e professor de relações internacionais Valter Pomar defende em suas redes que “a verdadeira independência se conquista na luta”.

Além de Edinho, Rui e Valter, Romênio Pereira está na disputa pela presidência do PT. Com trajetória política na luta sindical, no início dos anos 1980, Romênio Pereira é um dos fundadores do PT e um “articulador político dos mais respeitados dentro e fora do Partido”, segundo o site da sigla.

Atualmente Romênio é secretário de Relações Internacionais do PT, responsável pelo relacionamento com os mais variados organismos e entidades de representação estrangeiros e internacionais. Em entrevistas, Romênio critica que, apesar de ter sido eleito com a confiança da esquerda, o governo federal tem feito muitas concessões a grupos políticos de centro e da direita.



Fonte ==> NDMais

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